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2012 - Livro Vermelho 2013

Zannichellia palustris L. DD

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-09-2012

Criterio:

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Zannichellia palustris caracteriza-se por ervasaquáticas, monóicas, apresenta síndrome de polinização hidrofílica. Não éendêmica do Brasil. Endêmica do estado do Mato Grosso. Restrita do bioma MataAtlântica, onde é encontrada em águas doces ou salobras. As escassas coleçõesda espécie registrada em Herbário, apresentam incongruências na localidade decoleta, o que impossibilita uma avaliação de risco confiável.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Zannichellia palustris L.;

Família: Potamogetonaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Descrita em Sp. Pl. 2: 969. 1753.

Distribuição

Ocorre no estado do Rio Grande do Sul (Bove, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas, submersas, monóicas, com flores unissexuais; polinização hidrofílica (Guo et al., 1990).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes ​No estado do Rio Grande do Sul, odesmatamento dos bosques naturais, especialmente da Floresta Estacional e daMata dos Pinheiros, é uma das conseqüências do modelo de desenvolvimento quesempre buscou novas fronteiras agrícolas e novas áreas para cultivo, promovendoo plantio até a borda dos cursos d’água, com perda de vegetação ciliar, eimplicando no uso de adubos químicos de alta solubilidade e na aplicação deherbicidas e pesticidas. A conseqüência imediata da retirada da coberturavegetal foi a maior fragmentação dos ecossistemas e o aumento do processoerosivo. A longo prazo, tal situação levou a sérios problemas associados, comoperda da capacidade produtiva das terras, redução nas colheitas, degradaçãofísica, química e biológica dos solos, aumento no custo de produção, assoreamentodos rios e reservatórios, redução na qualidade e disponibilidade da água,aumento no custo de tratamento e danos à vida aquática. O domínio da MataAtlântica ocupava, originalmente, cerca de 13 milhões de hectares (50% dasuperfície do Estado), tendo atualmente remanescentes de mata e restinga queatingem apenas 600.000 hectares, aproximadamente, 5% da cobertura original.Outra conseqüência direta do desmatamento abusivo tem sido o desaparecimentogradativo de espécies vegetais de valor econômico e ecológico, das quais sedestacam o pinheiro brasileiro, (Araucaria angustifolia), as canelas (Nectandraspp.), os angicos (Parapiptadenia rigida), os cedros (Cedrelafissilis), as grápias (Apuleia leiocarpa), as imbuias (Ocoteaporosa), etc. O ecossistema campos, em área limítrofe com a Argentina e como Uruguai, vem sofrendo forte descaracterização em função da utilizaçãointensiva para atividades agropecuárias e com o incremento do uso de espéciesvegetais exóticas para "melhorar" as pastagens naturais. Este processo destróias características naturais do ecossistema campo, colocando-as em risco decompleta eliminação, apesar de sua importância ecológica. Cabe ressaltar anecessidade de serem adotadas soluções conjuntas, pois alguns desses locaisformam "corredores ecológicos". Nas áreas de restinga, junto ao Litoral doEstado do RS, há situações bastante distintas em função de influênciasantrópicas e relativamente ao seu estado de conservação, no que se refere aosaspectos da biodiversidade. O Litoral-Norte, que tem estreita relação com osremanescentes da Mata Atlântica, teve forte perda de suas característicasnaturais, motivadas por urbanização, além de outros fatores antrópicos de menorintensidade. No Litoral Médio e no Litoral Sul, há uma ocupação principalmentecom agricultura extensiva e cultivos de florestamentos com espécies exóticas(principalmente Pinus spp.), embora nesses locais situem-se os doisprincipais redutos de importância global do Estado: Parque Nacional da Lagoa doPeixe (sítio Ramsar, situado no Litoral Médio) e Estação Ecológica do Taim (noLitoral Sul). A Estação faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e doSistema Lagunar da Lagoa Mirim, na fronteira com a República do Uruguai,situada junto à Reserva da Biosfera de Bañados del Este. Nas duas áreas,além da introdução de espécies exóticas, ocorre intensivo uso das áreas deentorno para cultivo de arroz irrigado. Aqui se salienta uma ameaça que vem seincrementando mais recentemente: a utilização de áreas para aqüicultura, com peixes/crustáceosexóticos, colocando-se em risco a rica diversidade biológica nativa regional(e, nesse caso, internacional) (Margareth, V. et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Em Perigo (EN) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- BOVE, C.P. Zannichellia palustris in Zannichellia (Potamogetonaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB106535>.

- GUO, Y.; SPERRY, R.; COOK, C.D.K.; COX, P.A. The pollination ecology of Zannichellia palustris L. (Zannichelliaceae)., Aquatic Botany, Amsterdam, v.38, p.341-356, 1990.

- MARGARETH,V; COLLE, C.; CHOMENKO, L. ET AL. Projeto Conservação da Biodiversidade como fator de contribuição ao desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul - Diagnóstico das Áreas Prioritárias., 2005.

Como citar

CNCFlora. Zannichellia palustris in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Zannichellia palustris>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 13/09/2012 - 18:20:09